ABORTO

Aborto! Tema complexo, complicado e todos os adjectivos que possam aqui ser incluídos. Mais uma vez as mulheres juntam-se para levar, mais uma vez, à Assembleia da República a lei sobre a despenalização do aborto. É certo que já ouve referendo, mas estou quase certa que a maioria das mulheres não votaram nele. E também se sabe que a maioria do nosso parlamento é homem. Quando será que os homens compreendem que é à mulher que cabe decidir se deve abortar ou não. E os homens não venham cá com histórias, porque são as mulheres que carregam nove meses com um novo ser e são elas que dão à luz, são elas que gritam com as dores de parto, são elas que, na maioria, educam os filhos, são elas que vão com eles ao médico, são elas que não dormem de noite quando estão doentes, são elas que os lavam, que os carregam, enfim, são elas que se preocupam com os filhos. A maioria dos homens estão muito cansados para lhes dar atenção quanto mais para os educar, para os lavar, para lhes dar de comer, para se levantarem de noite para ver o que se passa. E mais, até apostava que não há uma mulher que faça um aborto e não fique abalada, com remorsos de não poder ter aquele ser que está dentro dela. Há mulheres que até ficam doentes, mas a necessidade é maior do que deixar vir ao mundo mais um ser para sofrer, para passar fome e sabe-se lá que mais. É altura, senhores deputados, de reverem a lei e deixarem-se de demagogia barata.