O AVIÁRIO POLÍTICO

Tuesday, November 18, 2008

CRÓNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

Fiquei ontem siderada quando fui à minha antiga escola e verifiquei que lhe tinham mudado o nome, ainda mais espantada fiquei porque não ouvi nem percebi que a imprensa escrita e não escrita tenha pegado neste tema. Acho horrível que ao fim de 40 anos se lembrem de mudar o nome da escola. Se queriam juntar ali outras escolas tudo bem mas o nome com que ela ficou de raíz deveria ter ficado. São as modernices dos nossos novatos governantes. Esquecem-se que também vão para velhos e quando lá chegarem pensarão de outra maneira. Ai estou cá com uma raiva!!! Que saudades da Escola FERREIRA BORGES. Mas que raio para o que lhes deviam de dar. Bom, mas aqui fica todo o processo que foi feito na mudança do nome.

28 de Outubro de 1893 - Fundada a Escola Elementar do Comércio, a funcionar num palacete no largo do Carmo, Palácio de Valadares.
1963 - A já Escola Comercial de Ferreira Borges ocupa o edifício na Rua Jau, construído para o efeito, onde ainda hoje se encontra. O nome de Ferreira Borges foi atribuído à Escola em homenagem a José Ferreira Borges, o autor do Código Comercial Português.
Após o 25 de Abril de 1974 - Com a unificação do ensino, a escola deixou de ser comercial, passando a designar-se por Escola Secundária de Ferreira Borges .
18 de Dezembro de 2001 - Anunciada a proposta de fusão da Escola Secundária de Ferreira Borges com a Escola Secundária Fonseca Benevides, deixando as actuais instalações "livres" (???). Nesta reunião foi pedido às Escolas presentes que apresentassem as suas contra-propostas até 9 de Janeiro de 2002.
8 de Janeiro de 2002 - Em reunião geral da Escola foi aprovada a proposta da Escola, relativamente à Reorganização da Rede Escolar. Nesta proposta foi reafirmado que:
"a) A Escola Secundária de Ferreira Borges está disponível para compartilhar as suas instalações, dentro dos pressupostos contidos nos considerandos acima enunciados, porque daí advirão benefícios para toda a comunidade escolar da zona;
b) A Ferreira Borges não está disposta a abandonar as instalações que para si foram criadas para, muito provavelmente, as ver ocupadas por outra escola. ...Face às razões aduzidas e ao contexto apresentado, a Escola Secundária de Ferreira Borges não abdica do seu direito de permanecer nas instalações que já ocupa há 40 anos. ".
17 de Maio de 2002 - Conferência de Imprensa dada pelo Sr. Ministro da Educação, da qual resultaram diversas interpretações quanto ao futuro da nossa escola, mas nas quais existia sempre ligação à Escola Secundária Rainha Dona Amélia .
20 de Maio de 2002 - Envio do primeiro fax ao Senhor Ministro da Educação, manifestando o nosso desagrado pelo facto de terem sido os órgãos de comunicação social os primeiros a terem conhecimento das alterações à Rede Escolar da AP1 e pedindo para sermos recebidos com carácter de urgência.
21 de Maio de 2002 - Fax enviado pela DREL ao Conselho Executivo da Escola "... foi, por despacho do Sr. Secretário de Estado da Administração Educativa, decidido extinguir as Escolas Secundárias com 3º ciclo Rainha D.Amélia e Ferreira Borges, criando uma nova Escola Secundária Rainha D. Amélia a funcionar nas instalações da Escola Secundária com 3º ciclo Ferreira Borges que absorve o corpo docente e discente das escolas a extinguir... ".
27 de Maio de 2002 - Envio de segundo fax ao Senhor Ministro da Educação com a nossa posição sobre a decisão de ser dado à nova escola o nome duma das extintas, precisamente a que iria mudar de instalações e reforço do pedido para sermos recebidos.
20 de Junho de 2002 - Terceiro fax enviado não só ao Senhor Ministro da Educação, como a várias entidades ligadas à Educação, alertando "Da importância e implicações do nome a atribuir a uma nova escola..." .
1 de Julho de 2002: Despacho do Senhor Secretário de Estado da Administração Educativa, aprovando as linhas mestre e aspectos práticos da criação da nova Escola.
5 de Julho de 2002 - Quarto fax enviado ao Ministério da Educação e DREL, com a nossa posição sobre o despacho anterior e o alerta, mais uma vez, das implicações da supressão de "Ferreira Borges" no nome da nova escola.
15 de Julho de 2002 - Reunião na DREL, com os Órgãos das duas escolas a extinguir - Conselhos Executivos, Assembleias de Escola e Associações de Pais, onde ficaram "clarificados" os aspectos fundamentais da criação da nova escola, a regular por portaria a sair brevemente.
Após esta reunião, podemos concluir que:
Independentemente de se considerar ser esta a melhor solução, é a que "temos" e com a qual teremos de aprender a conviver.
Existe, da parte da grande maioria dos intervenientes das duas escolas a extinguir, a intenção de se impenharem para que o novo ano lectivo funcione "normalmente", pondo sempre em primeiro lugar os principais interessados - todos os alunos.
Com excepção desta Associação, a maioria dos envolvidos não considera que o nome seja um impedimento à plena integração dos alunos na nova escola, sendo este tido como um facto consumado.
11 de Setembro de 2002 - Publicação no DR 210 Série 1B da Portaria 1256/2002 que extingue as Escolas Secundárias Ferreira Borges e Rainha D. Amélia e cria a nova Escola Secundária Rainha D. Amélia a funcionar nas instalações da extinta Ferreira Borges.


A Associação de Pais da Escola Secundária de Ferreira Borges

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